O pomo dourado

 
Passos desajeitados me levam por entre as arestas pelas quais ainda consigo transitar
Meu ventre está sublime, inteiramente preenchido pela seiva da vida a tilintar
São belos os caminhos que ainda vou desbravar
Ao mexer devagarinho, minha barriga muda de lugar
E quando mexe num repente, sinto o ar me faltar

Todas as atitudes rumam para o pequeno envolver
O envólucro já está pequeno, ele precisa se mexer
A seiva da vida já é um fruto-ser
Minha curiosidade incontida só pensa na face ao nascer
Mas é bom ser guarida e  meu filho proteger

Fico imaginando minha sensação quando o vir
Sei que o pranto será muito, mas hei de sorrir
Ao pegá-lo em meus braços, a dor vai sumir
Irei envolvê-lo forte, com amor, neste porvir
Já o sinto latente só pelo fato de existir

Olá, meu pequeno-grande amor
Com alegria e louvor
Recebo-o em meu calor

                                                                                                    Amanda